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Parentalidade

O melhor dos 2 mundos não existe!       

Costumo dizer muitas vezes ao meu primogénito, que o melhor dos dois mundos não existe, isto porque ele quer tudo e acha que não tem que fazer escolhas!

Como é que te hei-de explicar isto… Ele acha que, independentemente da quantidade de tarefas que possa ter, pode demorar o tempo que lhe der na real gana a fazer cada uma delas, não tendo em consideração e noção da gestão de tempo e de tarefas.

Alguma coisa aqui não bate certo!

Uma coisa, é quando não tem mais nada a seguir, pode relaxar e demorar mais tempo a terminar uma tarefa, outra coisa é demorar o tempo que lhe apetecer quando há outras tarefas urgentes e emergentes que não se podem negligenciar, como as aulas, as refeições e as horas de dormir.

Sempre fui exigente e tenho regras bastante claras em relação às refeições e à hora de descanso, no resto até sou relativamente flexível, a partir do momento em que não colida com as 2 anteriores, nem prejudique a organização familiar ou até terceiros.

Mas o meu filho acha que o dia dele deve ser elástico e ao fim de 20 anos ainda não consegue compreender que o dia não estica!

A única coisa justa na vida é o tempo que todos nós temos, é igual para todos os comuns mortais – 24h única e exclusivamente!

Se gastamos mais tempo numa tarefa, vamos ‘roubar’ tempo noutra.

Dedução básica! E se for preciso chegamos ao fim do dia e nenhuma ficou concluída, por falta do tempo que escasseia.

Também estou cansada de lhe dizer, mas quando te digo cansada, é mesmo exausta, que ele não pode tirar tempo ao descanso, isso é crucial.

Até lhe costumo dizer que se ele não descansa, não tem o discernimento necessário para avançar no projeto de investigação que está a fazer. Cabeça cansada e exausta não encontra soluções!

Ele até acata quando lhe digo e anda uma ou duas semanas mais calmo, mas volta ao mesmo, sendo preciso relembrá-lo a cada dia. Mas como sou mesmo muito chata e resiliente volto a dizer-lhe a mesma coisa, até à exaustão.

Não é a melhor forma, e sei que não levo a água ao meu moinho, sei que não! Mas assim ele não pode dizer que não foi avisado e alguma coisa lá vai ficando…

Sabes que algumas doenças mentais se podem desenvolver por falta de descanso?

Isto porque a qualidade do sono, impacta diretamente na nossa saúde física e mental.

A privação do sono altera as reações afetivas emocionais! No caso das crianças, as famosas birras. No caso de um adulto ou adolescente não provoca birras como conhecemos numa criança, mas provocam mau humor, maior dificuldade em pensar com clareza, dificuldades de concentração  e maior vulnerabilidade em gerir as emoções.

Para além de ter maior dificuldade em realizar tarefas que exijam raciocínio lógico ou pensamentos complexos, que é o caso dele…

Em suma, a privação de sono não traz nada de bom, prejudicando com muita frequência a memória, causando irritabilidade e diminui a capacidade de lidar com o stress, fazendo com que a falta de sono e a depressão estejam muitas vezes interligadas. Uma boa noite de sono melhora e ajuda nas aprendizagens, na memória e para além de permitir que o nosso organismo se autorregule.

Costumo dizer-lhe que dormir é uma necessidade básica e como diz o velho ditado deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer, os antigos eram sábios.

Apesar da sua teimosia a achar que ainda é novo e que consegue aguentar tudo e ter todo o tempo do mundo, acredito piamente que ele é menino para alcançar tudo a que se propõe, mas para que isso aconteça ele também tem que fazer a sua parte, alimentar-se e descansar bem. Manter as suas necessidades básicas bem satisfeitas.

Já por outro lado, tenho o caçula que é um bocadinho o oposto, sabe bem as suas prioridades e têm-as bem definidas, por isso se tiver que encurtar o tempo em qualquer coisa não se coibe disso, porque sabe, que pode fazer o que ficou semi feito ou pendente a seguir porque não foge.

Como é que 2 filhos, educados da mesma forma, pelas mesmas pessoas, conseguem ter resultados tão díspares?

Para além da personalidade de cada um, também está muito relacionado com o lema que adotamos, o lema da equidade, que reconhece que não somos todos iguais e que é preciso ajustar algum desequilíbrio que possa haver para no fim, todos alcançarem os seus objetivos.

Isto porque, a equidade e igualdade são completamente diferentes na educação. Já que a igualdade é baseada no princípio da universalidade, isto é, todos devem ser regidos pelas mesmas regras e devem ter os mesmos direitos e deveres. Na equidade deve haver uma adaptação às necessidades individuais.

A lição que consigo tirar de tudo isto é que apesar dos filhos crescerem, necessitam sempre de alguém que os guie e os apoie, não quero com isto dizer que estou tratar o primogénito como criança, porque não é, o que acontece é que ele é tão focado com as suas tarefas e hobbies que esquece as suas necessidades básicas e qual o meu papel no meio disto tudo?

Relembrá-lo da vida e estar disponível para o apoiar em tudo o que ele necessite! Enquanto puder e estiver ao meu alcance irei fazê-lo da melhor forma que posso e sei!

Como qualquer mãe quer o melhor para os seus filhos, independentemente da idade que tenham são sempre vistos como os nossos meninos.

Até porque o cérebro de um jovem só acaba de se desenvolver e atingir a maturidade aos 25 anos, até lá, precisa de ser trabalhado, orientado para se desenvolver de forma saudável e equilibrado!

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