Costumo ser muito melosa, chata mesmo, sou daquelas mães que o toque, mimo e beijos são muito importantes.
Sou muito sentimental e com os sentimentos à flor da pele, e sempre incuti muito mimo e beijos nos meus filhos.
Posso dizer que os meus filhos já adolescentes são muito mimados, mas mimados mesmo até ao infinito e mais além!
Ao ponto de estarmos sentados no sofá a ver televisão e ter as minhas pernas a fazer-lhes de almofada ou estarem enroscados em mim! E eu sempre a enchê-los de beijos e mimos.
Muitos familiares criticam-me porque os mimei muito e andam sempre atrelados à minha pessoa, mas não me importo nada!
Ser mimado não é o mesmo que ser mal educado e com falta de regras!
Porque não mimá-los, se o tempo passa tão rápido!?
O tempo passou num ápice e sem me aperceber, num piscar de olhos já passaram quase 19 anos desde o meu primeiro bebé. Entretanto vai à vidinha dele, e os mimos e beijos serão mais espaçados de acordo com a sua disponibilidade.
Mimos e beijos? Como não dar?! E porque é que não podem ter mimo e beijos?
Até nós adultos gostamos! Senão como faziam sentido as relações? Se o meu marido não me der atenção e mimo vou andar logo com minhoquinhas na cabeça de que alguma coisa não está bem.
Porque os filhos não hão-de ter necessidade de mimo? Estão em crescimento e a aprender tudo, o colo, carinho e atenção dos pais, é o que lhes vai dar estabilidade e confiança, bases para uma autoestima saudável!
O mimo dá-lhes segurança e a autoconfiança necessária para as aprendizagens, bem como nas relações com os pares.
Uma criança segura é uma criança que consegue caminhar nos trilhos da vida, sem grandes dificuldades e medos em ultrapassar os obstáculos que lhes irão aparecer.
Conseguem arranjar estratégias para cada problema com que se deparem.
O colo desde sempre, mesmo sem fome, com fralda seca e sem dores, é muito importante.
Transmite segurança, pois as crianças precisam de aconchego, de se sentirem protegidas, porque, se tiveram a maioria da sua existência – desde a conceção, protegidos na barriga da mãe e aconchegadinhos, como não necessitar depois de nascerem?
O mundo é tão grande e com tanta coisa nova, desconhecida e muitas vezes assustadora, que se as crianças não forem protegidas, como vão saber lidar com determinadas situações e com as emoções?
Os pais são o pilar no desenvolvimento, deveriam estar sempre disponíveis para dar colo e mimo!
Para além do mimo, independentemente da idade, os pais também devem incutir regras, porque as regras são importantes, trazem segurança e estabilidade. Há uma referência do caminho que devem seguir.
Tal como o leito do rio, que encaminha a água até ao mar, também a água do rio precisa ser encaminhada para poder chegar ao destino sem se perder.
E depois existe a figura dos avós, que servem para dar muito colinho e muito mimo, imprescindíveis na construção de uma personalidade saudável.
Estes têm toda a legitimidade de quebrar as regras dos pais, embora muitas vezes, estes não achem nenhuma piada, deve haver um limite na quebra de regras. Tudo muito bem negociado e conversado entre pais e avós, por forma a chegarem a um consenso.
Porque não é aos avós que cabe a imposição de regras, apenas o equilíbrio entre a regra e o mimo! Os avós têm um papel de extrema importância na vida das crianças, salvo raras exceções.
São aquele pilar que traz memórias afetivas e familiares, tradições que passam aos netos de forma generosa, carinhosa.
Lembro-me com muito das memórias que tenho com os meus avós, todas as experiências vividas e todos os valores transmitidos que hoje guardo imaculadamente.
E os avós dos meus filhos também lhes transmitem memórias, que também eles estão acumular com todo o carinho.
Infelizmente, os meus filhos não irão ter muitas lembranças físicas com os avós, que estão longe, mas o tempo que estão com eles é de muito afeto, tudo semeado diariamente através das novas tecnologias.
Tanto os meus rapazes como os avós, sabem perfeitamente o lugar e papel de cada um nas suas vidas.
Apesar de distantes fisicamente, estão sempre presentes e é bonito demais ver o carinho que têm quando se reencontram, parece que há um iman e os abraços não terminam.
Apesar das regras que transmito aos meus filhos, também lhes tento transmitir os valores tão preciosos que me foram passados, aliado ao mimo que tanta falta faz.
Sim, o equilíbrio entre regras e mimo existe! Deve haver inteligência emocional para o alcançarmos.
Por isso, apesar de incutir regras e ser exigente no cumprimento de objetivos, o mimo está sempre presente e não há um dia que passe que não diga aos meus filhos mais do que uma vez por dia: ‘E o meu beijo?’